5. A AUTONOMIA DA IGREJA LOCAL

09/02/2010 01:27

DISTINTIVOS DOS BATISTAS REGULARES

5º LIÇÃO: A AUTONOMIA DA IGREJA LOCAL

TEXTO-BASE: ATOS 2.14-47

INTRODUÇÃO

Historicamente, os batistas estão alicerçados em quatro em liberdades: (1) A Liberdade Bíblica, cada pessoa é livre para examinar e obedecer a Bíblia. (2) A Liberdade Individual, cada pessoa é livre para ter comunhão com Deus sem interferência de indivíduos ou instituições. (3) A Liberdade da Igreja Local, a igreja tem a faculdade de se governar por si mesmo, ela é autônoma. (4) A Liberdade Religiosa, os batistas advogam a separação da Igreja do Estado

A primeira liberdade foi abordada nas seguintes lições: “A Bíblia, Nossa Fonte do conhecimento de Deus” e “A Bíblia, Nossa Única Autoridade”. A Segunda foi tratada na lição anterior: “A Suficiência da Alma: O Sacerdócio dos Crentes”. A quarta será abordada em uma lição posterior.

Nesta lição, tratemos da terceira liberdade: “A Autonomia da igreja Local”.

CONSIDERAÇÕES GERAIS

No Novo Testamento, o vocábulo igreja vem de Ekklesia e significa uma reunião, uma assembléia, tendo a conotação: “Aqueles que foram convocados para fora, os que foram chamados por Deus no meio da multidão para proclamar a sua mensagem”.

No dia a dia, a palavra igreja é aplicada ao local onde se presta a adoração; a um determinado movimento ou um estabelecimento religioso.

No contexto bíblico, “a palavra tem dois sentidos. Por um lado, denota todos os crentes em Cristo em todas as épocas e lugares. Este sentido universal é encontrado em Mateus 16.18, em que Jesus promete que construirá sua igreja, e na figura do corpo de Cristo desenvolvida por Paulo (Ef 1.22,23; 4.4, 5.23). Com maior freqüência, porém, igreja refere-se a um grupo de crentes em dada localidade geográfica. Este é o sentido claro em textos como I Coríntios 1. 2 e I Tessalonicenses 1.1”.(Millard J. Erickon. Introdução à Teologia Sistemática. São Paulo, 2002)

Nas páginas do Novo Testamento, a palavra igreja é usada cerca de 114 vezes. Em 91 delas, refere-se a igreja local. Isto mostra a grande importância que os escritores bíblicos deram a Doutrina da Autonomia da Igreja Local.

CONCEITO TEOLÓGICO DE AUTONOMIA DA IGREJA LOCAL

O princípio da autonomia da Igreja local e governo congregacional fora praticado e defendido pelos Anabatistas e, posteriormente pelos batistas e congragacionalistas.

Os distintivos dos Batistas Regulares declara que “cada igreja local é autônoma quanto às questões administrativas e congregacional quanto ao seu governo interno. Ela é submissa apenas a Cristo, o seu cabeça, e nenhuma organização ou hierarquia eclesiástica tem autoridade sobre ela. São os próprios membros, e não os líderes da igreja, que tomam as decisões da igreja. No Novo Testamento, a própria congregação escolhe seus oficiais (Atos 6.1-6, 14.23), recebe membros (Romanos 14.1-2; II Coríntios 2.5-11), exclui membros ( I Coríntios 5.1-13), envia missionários (Atos 13.1-5) e resolve questões ( Mateus 18.15-17; I Coríntios 6.1-8). Contudo, a autonomia não quer dizer independência. As Igrejas de Cristo devem umas às outras respeito e cooperação espiritual (Atos 15.1-6, 22-35). Todos se acham na dependência do mesmo cabeça (Efésios 4.11-16), e às faz interdependentes” (Distintivos dos Batistas Regulares- Editora Batista Regular, p.34).

Os batistas compreendem que a Bíblia ensina que a igreja local fora criada com finalidades bem determinadas. Podemos destacar as seguintes funções da igreja local: Evangelização, edificação dos crentes, adoração, preocupação social, celebração das ordenanças, escolhas dos seus representantes, envio de missionários. Entendemos também que a Bíblia ensina que Deus concedeu o privilégio à Igreja local, de executar os planos de Deus.

Em primeiro lugar, a nossa lealdade deve ser a Deus e depois, a igreja local da qual estamos filiados.

Nenhuma instituição, nenhuma associação ou qualquer outra organização deve ter prioridade em nosso tempo, recursos e esforços, mas devemos em primeiro lugar dedicarmos a igreja local.

O PLANO BÍBLICO DE ORGANIZAÇÃO DA IGREJA

Estamos convictos quer a forma congregacional de governo da igreja local está em conformidade a Palavra de Deus. Temos sustentabilidade bíblica no texto de Mateus 18.17, onde a igreja reunida tem o poder de exercitar a disciplina eclesiástica. Em Atos 1.15-26, a igreja escolhe o substituto de Judas. Em Atos 6.2-5, a igreja escolhe os seus diáconos. Em Atos 13.1-4, A igreja Antioquia separou Paulo e Barnabé para uma obra especial.

Com base nestas referências bíblicas, podemos afirmar que a Palavra de Deus reconhece a autonomia e independência das igrejas locais.

Em uma Igreja Batista, seus membros têm direitos e deveres. Eles deliberam através de assembléias sobre aquilo deve ou não ser executado, escolhendo o seu pastor ou exonerando, elegendo os seus representes, escolhendo os seus missionários, disciplinando, adquirindo ou alienando.

As igrejas batistas não têm sobre elas um poder eclesiástico. Cada igreja local é autônoma ao executar o seu trabalho e orientar os seus negócios.

TEOCRACIA

Os batistas sustentam a idéia que a igreja local deve ser uma teocracia, ou seja, a igreja deve ser o governo de Deus entre nós. Para que isto aconteça, é necessário que cada membro manifeste espiritualidade e conhecimento bíblico adequado para tomar as decisões no âmbito local.

Se cada membro da igreja compreender a vontade de Deus sobre determinados assuntos, então haverá maior possibilidade de que nossas assembléias tomem decisões de forma coerente e unanime.

Os nossos interesses pessoais e as nossas inclinações egoístas não devem influenciar as nossas assembléias, mas a vontade de Deus sempre deve prevalecer apesar das nossas diferenças pessoais.

As decisões das Igrejas locais devem primeiramente expressar a vontade de Deus (“Pareceu bem ao Espírito santo e nós” – Atos 15.28), mas também dever ser uma expressão da vontade da congregação (“Então os apóstolos, e os presbíteros, com toda a igreja, decidiram” – Atos 15.22).

O LUGAR DAS ASSOCIAÇÕES DE IGREJAS

Nós batistas acreditamos que igreja é livre para executar aquilo que considera o melhor sob orientação de Deus, mas ela também é livre para associar-se com outras.

Os Propósitos de formar uma associação são de ter comunhão com outras igrejas, de preservar a sã doutrina, de incentivar a obra missionária, de formar obreiros

São muitos os textos bíblicos que falam de cooperação e solidariedade entre as igrejas (Romanos 16.16,;I Coríntios 16.1,19; II Coríntios 8.19,23). As associações são meio de cooperação entre as igrejas co-irmãs.

CONCLUSÃO

Os batistas firmam o princípio bíblico de que toda igreja local é autônoma e independente. A igreja local tem a faculdade de se governar por si mesmo.

É através da igreja local que membros preservam a doutrina, a comunhão, o partir do pão e a oração, mas também é através dela que exercitamos no direito de participar das decisões, podemos votar e ser votado.


 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


 

CRABTREE, A . R. Teologia do Velho Testamento. Casa Publicadora Batista, Rio de Janeiro, 1960.

OS DISTINTIVOS dos Batistas Regulares. Editora Batista Regular, São Paulo, 2003.

PAES, Carlito M. Cada crente um ministro! Disponível em: www.pibsjcampos.org.br/pib/artigos/cada_crente_um_ministro.doc. Acesso em: 23 de janeiro de 2010.

SABBAG, David Conrado. Dicionário Bíblico Difusão Cultural do Livro, São Paulo, 2009.

STOWELL, Joseph M. Doutrinas Distintivas dos Batistas. IBR, São Paulo, 1986.

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