4. A SUFICIÊNCIA DA ALMA: O SACERDÓCIO DOS CRENTES

09/02/2010 01:25

DISTINTIVOS DOS BATISTAS REGULARES

4º LIÇÃO: A SUFICIÊNCIA DA ALMA: O SACERDÓCIO DOS CRENTES

TEXTO-BASE: I PEDRO 2.1-12

 

INTRODUÇÃO

Outro princípio batista importante é auto-suficiência da alma e o sacerdócio dos crentes. Isto implica que cada homem é responsável diante de Deus e que o ser humano pode ter um relacionamento pessoa com Deus independente de intermediação humana.

Cremos que o Novo Testamento ensina que o cristão regenerado tem livre acesso á presença de Deus através de Jesus, o nosso único mediador entre Deus e os homens, ele é nosso grande sumo sacerdote e advogado (Hebreus 4.14-16, 10.19-22; I Timóteo 2.5, I João 2.1-2).

Crendo neste principio, exclui qualquer possibilidade de uma ordem de sacerdotes que sirva de intermediadora entre Deus e os homens.  

FUNÇÃO DO SACERDOTE NO VELHO TESTAMENTO

No Velho testamento, o sacerdote era uma pessoa especialmente destinada e preparada para servir de mediador entre Deus e a humanidade (Gênesis 14.18, Levítico 21.10).

O culto no Velho Testamento era celebrado por uma ordem de sacerdotes. Como intermediários entre o povo e Deus, os sacerdotes eram os únicos que podiam chegar à presença de Deus no serviço. Foi consagrada a tribo de Levi para presta qualquer serviço relacionado com o tabernáculo.

Moisés recebeu orientações divinas para constituir  três ordens de hierárquica: Os varões levitas, não descendentes de Arão. Os varões descendentes de Arão que tinham o privilégio ministrar diretamente perante Deus. Por fim, o sumo sacerdote que era o único que podia entrar no santo dos Santos, como intermediário entre Deus e o povo, uma única vez no ano.

OS POLOS DO CRISTIANISMO

Em relação a liberdade da alma, o cristianismo oscila entre o sacerdócio dos crentes e sacerdotismo.

Historicamente, “as primeiras igrejas cristãs reconheciam o sumo sacerdócio de Cristo e entendiam que cada crente tinha acesso direto a Deus. Com o passar do tempo, a autoridade dos pastores começou a aumentar. Ao mesmo tempo, a igreja passou a encarar a ceia como sacrifício e não memorial. O sacrifício exige um sacerdote com poderes especiais. Conseqüentemente, o sistema mosaico do Velho Testamento foi ressuscitado. O resultado foi uma igreja dividida entre leigos e clérigos, onde os leigos dependiam dos clérigos para ter acesso a Deus. Este sistema Foi rejeitado pelos anabatistas, João Calvino e, finalmente, pelos batistas” (Distintivos dos Batistas Regulares- Editora Batista Regular, p.22).

Do outro extremo, está à posição Católica Apostólica Romana que pratica o sacerdotismo, a idéia básica é que se tem um sacerdote que é mediador entre Deus e os homens. O catolicismo declara que não há nenhum acesso a Deus salvo através dos sacerdotes.  No Novo Testamento, não há nenhuma referência que sustente o conceito de sacerdotismo. Também, não há nenhum texto bíblico que chame os Apóstolos de sacerdotes.

ESCRAVIDÃO DA ALMA

Estamos convictos que o pensamento do crente deve estar em conformidade a Palavra de Deus, o cristão deve colocar todo seu pensamento em submissão a Cristo (II Coríntios 10.5, Romanos 12.1-2). O homem é livre para aceitar ou rejeitar os princípios bíblicos, o exercício da liberdade cristã depende da obediência ou rejeição aos ensinamentos das Escrituras.  Todo crente pode pensar corretamente, porque ele tem a mente de Cristo (I Coríntios 2.16).

Por outro lado, há um sistema religioso que deseja transformar os homens em escravos mentais. A religião pode tornar o homem escravo do sistema e dos líderes religiosos, tende transformar os homens em escravos de instituição, em vez de súditos de Cristo. Eles estão presos por uma religião desprovida de amor e movida pelo medo.

A nossa da liberdade da alma significa que somos totalmente livres de qualquer sistema religioso e que cada homem é responsável pelos seus atos diante de Deus (II Coríntios 5.10). O verdadeiro crente não usa da liberdade para dar ocasião à carne, ele não é escravo da carne, mas servo de Deus (Gálatas 5.13).

 

 

A ALMA RESPONSÁVEL DIANTE DE DEUS

Os batistas sustentam a idéia que todo homem é capaz de responder ao chamado de Deus. Cada pessoa é responsável diante do Senhor pelas suas decisões e responderá por elas no juízo (Apocalipse 20.11-15)

O princípio da suficiência da alma e da responsabilidade diante do Senhor exclui qualquer pretensão de sacerdotes humanos que interponham entre o homem e Deus.

O ÚNICO MEDIADOR

Nós batistas acreditamos que Jesus é o único mediador entre o homem e Deus (I Timóteo 2.5, Hebreus 7.25). Com base nesta verdade, podemos excluir qualquer outro mediador.

 À luz da Bíblia, Maria, os santos, os sacerdotes não podem ser nossos mediadores, porque a Bíblia afirma com precisão que Jesus é o único meio eficiente de aproximar o homem de Deus (João 14.6).

Nenhuma religião, nenhuma igreja, nenhum pastor, nenhum sacerdote podem ser mediadores entre Deus e os homens, porque foi Jesus que abriu o novo e vivo caminho através do véu rasgado (Hebreus 10.19-22), ele é a única porta de salvação e não há nenhuma possibilidade de outra (João 10. 9-11).

SACERDÓCIO DOS CRENTES

Os batistas afirmam o princípio bíblico de que todo crente é um ministro de Deus, de que cada pessoa é um sacerdote. Todos crentes são intercessores uns dos outros.

À luz das Escrituras, o sacerdócio do crente significa que todos os cristãos são iguais perante Deus e na comunhão da igreja local. Cada cristão, tendo acesso direto de Jesus Cristo é o seu próprio sacerdote e tem obrigação de servir de sacerdote em benefício dos outros.

Cada crente como sacerdote é chamado por Deus para orar (I Timóteo 2.1), para fazer sacrifício de louvor (Hebreus 13.15), para apresentar o seu corpo a Deus (Romanos 12.1-1), para proclamar as virtudes de Deus (I Pedro 2.9).

A igreja de Deus está no mundo para servir a Deus e aos homens. Portanto o distintivo do sacerdócio dos crentes é muito significativo para compreensão do ministério dentro da Igreja. Pois nos leva a perceber que a igreja é constituída de um sacerdócio no qual cada participante está sendo chamado ao serviço. Este sacerdócio é responsabilidade de todos e não apenas de um grupo especial.

O pastor, os diáconos e membros, todos podem são iguais perante Deus no exercício do sacerdócio

CONCLUSÃO

Nesta lição, aprendemos que a partir do sacrifício de Cristo na cruz do calvário, somos declarados sacerdotes reais.

Como base nisto, afirmamos que o crente não precisa da intermediação de sacerdotes para se chegar à presença de Deus; mas precisa exercitar o seu sacerdócio, ele é chamado para servir a Deus e ao próximo.

O sacerdócio é responsabilidade de todos e não apenas de um grupo de sacerdotes, perante Deus todos são iguais no serviço.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

CRABTREE, A . R. Teologia do Velho Testamento. Casa Publicadora Batista, Rio de Janeiro, 1960.

OS DISTINTIVOS dos Batistas Regulares. Editora Batista Regular, São Paulo, 2003.

PAES, Carlito M. Cada crente um ministro! Disponível em: www.pibsjcampos.org.br/pib/artigos/cada_crente_um_ministro.doc. Acesso em: 23 de janeiro de 2010.

SABBAG, David Conrado. Dicionário Bíblico Difusão Cultural do Livro, São Paulo, 2009.

STOWELL, Joseph M. Doutrinas Distintivas dos Batistas. IBR, São Paulo, 1986.

 

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